Voltas e voltas ao redor do meu quarto, ao redor de mim mesma e pergunto-me: “por que?”. Por que o passar do tempo não faz somente evoluir ? Esse é o questionamento crucial e letal. O homem é suscetível e carente. O erro não faz não errar mais, não errar jamais. Não somente a respeito do erro, a vida em si pode voltar aos momentos medianos mesmo depois de um longo período de elevação do espírito. Incrível é o quanto certas pessoas podem despertar o melhor de nós, contudo estas pessoas não podem ficar muito tempo nas nossas vidas, porque a alma cansa de dar o melhor de si. A alma quer cometer disparates, gritar bobagens... e sussurrá-las, quer apenas poder praticar o crime da ambigüidade do ser/estar/agir (e com todo o direito a fazer tais lances).
O âmago que não possui a propriedade do questionamento está fadado à insignificância. Questionar a si, o outro, o mundo é necessário, só assim se cresce e se aprende a discernir o bom do ruim, o real do virtual, o essencial do banal... E, ainda assim, sentindo possuir toda a razão do mundo, o homem escolherá muitas vezes o ruim, o virtual e o banal (e, sim, com todo o direito a fazê-lo).