De repente, sinto as pernas bambas, um arrepio na alma, uma palpitação que há muito tempo não sentia... Dói. Mas viver sempre implica doer, nem que seja um pouco e em determinados momentos. Todos sabem, mas acostumar-se com a dor é inumano. Sempre teremos a capacidade de (alguns tendência a) sermos desumanos, mas jamais inumanos.
As pernas continuam bambas, porque o corpo expressa as angústias da alma, mesmo que com discrição. Nunca fiz questão de ser discreta, não quando se trata de sentimentos, de resto, tenho preferido passar despercebida; os melhores rastros que se pode deixar para a posteridade são aqueles ligados ao mérito e não aqueles ligados ao exibicionismo.
Medo da intolerância: a dos outros e a minha. Mania de ser deus, mesmo quando não se está com a razão... E dar o braço a torcer é duro para pessoas de caráter forte. Às vezes, no entanto, é preciso ceder, seja por amor, seja por sobrevivência... E muitos não sobrevivem, muitos não amam... Amar tem lá seus destemperos, mas sempre vale à pena.