sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

De repente, sinto as pernas bambas, um arrepio na alma, uma palpitação que há muito tempo não sentia... Dói. Mas viver sempre implica doer, nem que seja um pouco e em determinados momentos. Todos sabem, mas acostumar-se com a dor é inumano. Sempre teremos a capacidade de (alguns tendência a) sermos desumanos, mas jamais inumanos.

As pernas continuam bambas, porque o corpo expressa as angústias da alma, mesmo que com discrição. Nunca fiz questão de ser discreta, não quando se trata de sentimentos, de resto, tenho preferido passar despercebida; os melhores rastros que se pode deixar para a posteridade são aqueles ligados ao mérito e não aqueles ligados ao exibicionismo.

Medo da intolerância: a dos outros e a minha. Mania de ser deus, mesmo quando não se está com a razão... E dar o braço a torcer é duro para pessoas de caráter forte. Às vezes, no entanto, é preciso ceder, seja por amor, seja por sobrevivência... E muitos não sobrevivem, muitos não amam... Amar tem lá seus destemperos, mas sempre vale à pena.