sexta-feira, 3 de julho de 2009

"Uma alegria diferente de todas aquelas que a precederam"

Por vezes é desejado um tratamento do tipo “brilho eterno de uma mente sem lembranças”, mas isso, com certeza, representa mais uma das grandes bobagens que se deseja ao longo da vida. Não há como nem por que negar a história do indivíduo, logo, é necessário ter maturidade e competência para fazer coexistir o passado e o presente: não dá para trazer para o presente os estigmas do passado, nem as alegrias podem ser trazidas, afinal de contas... Só na recordação, seja ela boa ou ruim. Mas a recordação sem traumas e comparações: é comparando situações com situações e pessoas com pessoas que se acaba atribuindo valor excessivo ao passado que se torna uma entidade idealizada e, por consequência, há a desvalorização do que proporciona vida na contemporaneidade. O ideal é uma grande piada, vazio e plástico como toda a perfeição.

Chaque minute doit apporter sa joie, - une joie différente de toutes celles qui l’ont précédée
(MAURIAC, 1927)

“Cada minuto deve trazer a sua alegria : uma alegria diferente de todas aquelas que a precederam.”