quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Em 2009, eu vou...

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:)

Alegria, alegria ! E que os momentos ruins sejam tão efêmeros quanto insignificantes.

Feliz 2009 a todos !!!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Divagações pós meia-noite

...

Gabriela diz:
tem gente que acha realmente importante deixar a sujeira embaixo do tapete... afinal, ele tem a sua função: ele aquece e conforta
Gabriela diz:
a superfície torna-se preponderante.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

"Mora na Filosofia"

Composição: Monsueto / Arnaldo Passos

Eu vou te dar a decisão
Botei na balança
E você não pesou
Botei na peneira
E você não passou
Mora na filosofia
Pra que rimar amor e dor
Se seu corpo ficasse marcado
Por lábios ou mãos carinhosas
Eu saberia, ora vai mulher,
A quantos você pertencia
Não vou me preocupar em ver
Seu caso não é de ver pra crer
Tá na cara

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

“Viagens ao redor do meu quarto”

Voltas e voltas ao redor do meu quarto, ao redor de mim mesma e pergunto-me: “por que?”. Por que o passar do tempo não faz somente evoluir ? Esse é o questionamento crucial e letal. O homem é suscetível e carente. O erro não faz não errar mais, não errar jamais. Não somente a respeito do erro, a vida em si pode voltar aos momentos medianos mesmo depois de um longo período de elevação do espírito. Incrível é o quanto certas pessoas podem despertar o melhor de nós, contudo estas pessoas não podem ficar muito tempo nas nossas vidas, porque a alma cansa de dar o melhor de si. A alma quer cometer disparates, gritar bobagens... e sussurrá-las, quer apenas poder praticar o crime da ambigüidade do ser/estar/agir (e com todo o direito a fazer tais lances).
O âmago que não possui a propriedade do questionamento está fadado à insignificância. Questionar a si, o outro, o mundo é necessário, só assim se cresce e se aprende a discernir o bom do ruim, o real do virtual, o essencial do banal... E, ainda assim, sentindo possuir toda a razão do mundo, o homem escolherá muitas vezes o ruim, o virtual e o banal (e, sim, com todo o direito a fazê-lo).

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Top 10 Setembro

Esse mês eu divido meu Top10 em dois Top's 5 :

Top 5 Español

1. Chan Chan, de Buena Vista Social Club;
2. La Soledad, de Bersuit Vergabarat;
3. Calle luna, calle sol salsa, de Buena Vista Social Club;
4. La Vida, de Los Fabulosos Cadillacs y Mano Negra;
5. Sencillamente, de Bersuit Vergarabat.

Top 5 Français

1. Elle est là, de Vive la Fête ;
2. Je ne t'aime plus, de Mano Chau ;
3. Juste toi et moi, de Indochine ;
4. Tout sera bien, de Vive la Fête ;
5. Ça me vexe, de Mademoiselle K.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

“Favela Funk Party”

Na minha última ida a Buenos Aires, tive a oportunidade de conhecer uma pessoa vraiment géniale : Romain. Como eu, ele é grande apreciador da capital argentina e considero incrível que pessoas de realidades tão distintas sintam emoções tão análogas : Buenos Aires é o lugar onde tu saboreias a força do "ser", do “estar”, do “sentir”; cidade para refletir e para tomar decisões.
MAS agora é necessário que eu entre na parte não-elevada desta conversa. Os belos dias em Buenos Aires acabaram, voltei a Porto Alegre, Romain seguiu até o Rio de Janeiro, cidade na qual ele concluirá seu percurso antes de retornar à França. Ele chegou ao Rio de Janeiro e obviamente deparou-se com os clichês-para-turista-ver-e-ouvir. Copacabana, Ipanema, Cristo Redentor, Pão-de-açúcar... Ok, isso é algo que se espera, ainda que se considere uma visão bastante limitada, tendo em vista que o Rio de Janeiro possui tantas riquezas histórico-culturais, na literatura e música, por exemplo.
Romain in Rio, tudo relativamente bem, até que ele diz que o hostel, no qual ele está hospedado, está promovendo a “Favela Funk Party”. Os butiás que estavam nos meus bolsos despencaram sobre o chão. É esta a cultura que o "Brasil" quer mostrar ao estrangeiro ? Sim. Considero ainda mais grave que boa parte destes estrangeiros que cruzam as fronteiras do país tropical -abençoado por Deus - e - bonito por natureza o fazem justamente para ver “isso”.
Oh Brasil, da Floresta Amazônica, das mil belezas naturais, das soberbas praias do nordeste, das culturas diversas e tão ricas que vão do Sul ao Norte... Toca-me de forma extremamente negativa a idéia de que o Brasil é, sobretudo, “vendido e comprado” com o motivo da tríade sagrada futebol-carnaval-caipirinha... Agora também o tal baile funk (“produto” do tipo aparente-efemeridade-que-dura-mais-do-que-o-bom-senso-pode-permitir).

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Dá-me Deus muitos maus-exemplos

Essa história de buscar bons-exemplos é um tanto estranha: refleti sobre o assunto. Afinal, o que são bons-exemplos ? Se o bom-exemplo é aquele cara robótico que não sai do seu quadrado (porque tem medo de qualquer pensamento transgressor e libertário), então eu prefiro me fiar nos maus-exemplos. Para segui-los ? Não.
Tenho alguns maus-exemplos e eles servem como referência direta do que NÃO devo fazer durante a vida – principalmente porque ela é relativamente curta.
Não julgo os maus-exemplos, muito antes pelo contrário: agradeço-os por servirem de meta (de como não pensar, de como não sentir, de como não agir). Viva os maus-exemplos! E que em algum momento (ou vários) eu possa ser mau-exemplo para alguém e, assim, agregar este conhecimento às avessas.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Sem medo, mas com escrúpulos.

Tenho a estranha tendência a superficializar os sentimentos, quando algo grave acontece na minha vida. É a forma (in)consciente de sublimar o problema (note que falo em “sublimar” no sentido físico e não metafísico), isto é, transformar o problema concreto em resquícios que se perdem ao vento. Tentativas que até funcionam, mas são infelizes (paradoxo)... É como se quisesse suprimir o ERRO – que é essencialmente uma forma de autoconhecimento – a fim de suprimir a angústia que vem no formato de conseqüência. Na verdade, não há como suprimir um erro, é possível apenas ignorá-lo ou buscar subterfúgios para esquecê-lo.
A queda leva à vontade de retomar a inocência perdida. Bobagem. A busca de algo, que uma vez perdido não tem volta, acaba por levar o indivíduo a negar a si mesmo.
Neguei a mim mesma quando deixei de lado filmes, livros, músicas, emoções, sensações, sentimentos e tudo aquilo que me fazia vibrar e sentir a profundidade dos meus ímpetos. Tu negas aquilo que faz com que sintas a intensidade contida em ti para tornar banais os sentimentos. Sentimentos banais não possuem poder destrutivo, tampouco pessoas banais são capazes de usufruir a beleza que existe na dor que vale à pena ser sentida. Aí tu dizes:
- Melhor é não sentir dor.
Respondo-te:
- Se tu não és capaz de sentir a dor legítima, atingirás, no máximo, uma alegria vulgar, porque sem o ponto não há contraponto.

Estou preparada para assumir novamente tudo aquilo que me faz sentir viva: sem medo, mas com escrúpulos.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Está na hora de um giro 180°

Está tudo bem, mas não é o suficiente.
A satisfação, creio, dá-se quando tu quebras paradigmas e, quando falo nessa quebra, não falo em quebra de "leis", em contestação de valores, em loucura em demasia. Outrora, eu sustentaria a contestação de valores, mas hoje não possuo a ingenuidade que tinha em meus 19/20 anos. Não se faz nada sozinho e ninguém contesta nada, sendo assim...
A verdade é que o amadurecimento traz a necessidade da ruptura sutil. Não para todos, bem sei. Para muitos, o amadurecimento não consiste em evolução ideológica, mas em involução-que-sufoca-rompantes-e-produz-marasmo.
Nunca esperarei um giro de 360°, porque este movimento leva simplesmente à mesmice. Rotar (grifo meu) para deixar como está. Quero um giro 180°, olhar para trás só para rir das coisas ridículas, refletir sobre o que não se deve fazer (e que ainda assim - pela estupidez humana que não deveria, mas justifica muita bobagem - se faz e fará).
Meu 180°, agora, diz respeito à busca do lugar semi-inóspito, no qual encontrarei dois opostos: o conhecimento para a posteridade e o prazer hedonista.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Top10 (diez) - Solamente músicas en español

Ahora yo estoy a estudiar español... cosas de la vida, pero yo no dejei el francés... Cada amor en su lugar.
El Top10 (diez) de las músicas que yo tengo escuchado:

1. Ciudad de pobres corazónes, de Fito Paez
2. Vos sabes, de Los Fabulosos Cadillacs
3. El amor despues del amor, de Fito Paez
4. Te quiero Igual, de Andres Calamaro
5. Somos novios, de Luis Miguel
5. Tuyo siempre, de Andres Calamaro
6. Basta de llamarme así, de Los Fabulosos Cadillacs
7. Manuel Santillan, el lion, de Los Fabulosos Cadillacs
8. Dame tu amor, de Fito Paez
9. Me gusta tu, de Mano Chau
10. Dos en la ciudad, de Fito Paez

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Enamorada de Buenos Aires




Yo estoy realmente enamorada de la ciudad de locos corazones...

Para começar, devo dizer que amo Porto Alegre e Buenos Aires me lembra muito o meu amado "paralelo 30". Algumas calles, lugares, sensações, cheiros, enfim, sinto-me em casa... As pessoas são muito simpáticas e receptivas com sus hermanos brasileños.
A arquitetura da capital do tango é algo inexplicável, impossível não se perder em contemplação...e olha que não sou a típica turista.
A feira de San Telmo e o bairro La Boca são o que uma colega nossa chamaria de roots. As cores, as formas, o tango do pequeno bar (y nosotras a bailar)... Talvez o mais legal, porque eu gosto mesmo é do lado B da vida. Agora, não posso negar os encantos do famoso cemitério da Recoleta (bairro nobre de la ciudad)... eu, que tenho um gosto peculiar por cemitérios, nunca vi tão bonito, ainda mais com aquele monte de gatos.
Fica aqui como dica essa viagem... Eu, assim que puder, retornarei a Bs As, quero absorvê-la aos poucos... Mucho en poco tiempo no me gusta.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Tensão e Futilidade - Relato da adolescência

Acho que não faz tanto tempo assim (prefiro não afirmar nada em se tratando desta entidade estranha denominada tempo). Algo, no entanto, posso afirmar : jamais esquecerei aquele dia. A temperatura estava alta, calor típico de Porto Alegre em meandros de dezembro, abafado, sensação de ar estático, pesado, irrespirável. Aliás, não sei se a minha alma não pesava mais do que o próprio ar.
Naquele dia eu trajava preto da cabeça aos pés, o que parecia um tanto contraditório, devido ao calor do dia e à hora na qual "aquilo" se passava. Não estava sozinha, muito antes pelo contrário. Ao meu lado direito (e esquerdo também), à minha frente e às minhas costas, encontravam-se muitas pessoas. De anos de convivência escolar, reuniam-se ali todos aqueles estranhos conhecidos, a fim de celebrar o começo do fim. Era a nossa formatura do ensino médio.
A música que acompanhou a entrada da minha turma ao salão nobre do local - que, a propósito, não era tão nobre assim - tocava em minha mente, o que havia sido meticulosamente planejado. Mas quem é que planeja que a vida se repita, mesmo que seja através de incessantes notas musicais ? Bom, eu precisava tirar da mente o fantasma que não me abandonou, talvez, desde o início do meu estudo secundarista. O medo de "cair do salto", no momento em que meu nome fosse proferido, era paralisante. Eu bem que tentei convencer a turma a adentrar o salão da formatura de pés descalços, mas é incrível o quanto o ser humano pode ser hipócrita: a "gurizada", das "tribos" e estilos mais diversos, acaba por adaptar-se ao óbvio ululante da situação, para nós, garotas, era o maldito salto alto.
Aquela situação deveria ser, no mínimo, emocionante. O "normal" seria que lapsos de memória, daqueles incríveis anos de livros e doses de rebeldia, tomassem os meus pensamentos, porém foi a sandália preta com strass a eleita de toda e qualquer preocupação. É incrível o quanto o medo de ser / parecer / tornar-se ridículo tolhe atos, emoções e situações únicas.
Após muitos nomes chamados a subir ao palco, ao encontro do canudo mágico que conferia liberdade e, ao mesmo tempo, responsabilidade, chegou o meu momento. Duraram infinitos dois minutos o caminho que ia da minha cadeira até o palco, o chão era escorregadio e as curvas indescritíveis. Eu não caí o tão temido tombo. Eu resisti a essa prova final, agora sim eu estava pronta para sair dali com diploma na mão e cabeça erguida.
Em meio ao calor, às frivolidades, às emoções confusas, acabou a cerimônia de formatura do colégio Dom João Becker. Desse dia em diante, não temi mais a altura artificial que veste os pés e, para ser sincera, devo dizer que, hoje em dia, adoro saltos. As preocupações mudam, algumas futilidades dissipam, outras se agregam. Não, eu não esquecerei aquele dia, eu não vivi a emoção daquele momento em sua plenitude, MAS eu me dei conta que sou, afinal, infinitamente maior do que aquele salto.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Top 10 + 1 Music: ou o que anda tocando n(a) minha vida...

Arbitrária e heterogênea - My setlist...

1. No matter what - Badfinger
2. Reckoner - Radiohead
3. Stockholm Syndrome - Yo la Tengo
4. Anyone Else But You - Michael Cera And Ellen Page
5. New Slang - The shins
6. Color Me Once - Violent Femmes
7. Ceremony - New Order
8. Now and Than - Susanna Hoffs
9. Construção - Chico Buarque
10. Sugar, sugar - The Archies

+ 1. Girls Just want to have fun - Cyndi Lauper (porque entre o grotesco e o sublime existem muitas coisas, entre elas o "tosco")

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Un livre, une rose, beaucoup d'émotions...



- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples : só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.
- O essencial é invisível aos olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa...
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho a fim de se lembrar.

SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. O Pequeno Príncipe

Eu lembro da minha mãe lendo isso para mim, eu devia ter uns 7 anos... depois desse primeiro encontro seguiram-se vários... com espaços significativos de tempo... A verdade é que nunca deixará de tocar a alma... A cada leitura uma nova atribuição de sentido, novas sensações... Pequeno Príncipe não é (só) para crianças, aliás, certas coisas só o tempo desvela.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

É nessa época que minhas mãos ficam, realmente, frias...

Faz umas duas semanas que ando estressada, cansada, entediada... As coisas não fogem aos seus lugares, tampouco as pessoas, seria a chegada do "frio" que vem tocar a minha alma e indispor o meu humor ?! Mas amo o frio, os dias nublados, para depois... a chuva, que bate na minha janela, molha os meus pés nas idas ao campus... A chuva vem como lágrima e transforma as ruas do Vale em pura solidão... e os corredores, ah, os corredores ficam intransitáveis, um misto de vozes altas, olores de perfume, odores de cigarro... A chuva traz, também, o caos.
Não, não está frio. E quanto às minhas mãos, estas já nasceram frias.

quarta-feira, 19 de março de 2008

"Valentin" - Um comentário sobre o melhor filme que vi nos últimos tempos



Sensível, sem cair na pieguice, Valentin, de Alejandro Agresti, é a narração em primeira pessoa dos altos e baixos de um fragmento de infância. Valentin, criança especial em vários aspectos - que não patológicos-, demonstra maturidade na forma com a qual percebe/sente a vida acontecendo à sua volta. A solidão, característica universal e invariável a todo e qualquer ser humano, parece "doer" mais quando ela se manifesta em uma... criança. Não diria que este filme é "uma lição de vida": frase clichê de filmes clichês. Valentin é um filme que emociona e dói... E esta dor, como qualquer outra que valha à pena ser doída, possui grandes doses de beleza e incalculável profundidade. Aliás, a dor pode transformar-se em esperança.






Título Original: Valentin
Gênero: Drama
Direção: Alejandro Agresti
Roteiro: Alejandro Agresti


domingo, 10 de fevereiro de 2008

Para a posteridade...

"Contemplo a arte que eleva e deprime, que incomoda e paralisa, que emociona e indigna, Que intimida e seduz... A arte que repulsa e faz pulsar...


Quero, aos poucos, livrar-me da super-exposição espontânea, instantânea... Aquela que gera mal-entendido, lágrima, sorriso também... De qualquer forma, prefiro sorrir por pessoas e por coisas reais... O passado pode até morrer, o importante é que não se morra junto com ele.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

"Believe, nothing is trivial." *

Hoje, quarta-feira de cinzas, acordei em meio a um emaranhado de idéias, certamente advindas de reflexões dos últimos tempos. Esses dias alguém me perguntou: "Por que tu faz X coisa ?" Na hora eu não soube responder, mas depois pensei sobre isso... Embora o que façamos não precise de um grande motivo, nada é por acaso... Ímpetos, desejos, sonhos, sentimentos são itens que se aderem uns aos outros e confundem-se de forma que não sabemos onde um termina para começar o outro. Agimos por mil motivos ou por um apenas (ou por nenhum), às vezes não sabemos qual é (ou quais são) esses motivos... A resposta às vezes vem, às vezes não. A macro-vida é composta por micro-momentos e não dar atenção ao detalhe pode ser fatal. "O detalhe faz a diferença". Faz mesmo. A palavra não dita, o gesto que se esquivou, o sentimento tolhido podem ser determinantes. Bem ou mal, a vida é curta e deve ser absorvida em todas as suas nuances, às vezes pálida, outras multicolor, o importante é não parar o mundo quando algo ruim acontece, afinal, não pode chover o tempo todo. **

* e ** - Frases extraídas do filme The Crow.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Ser tudo, tantos, nada, ninguém































Isto

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.


Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.


Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!



(Fernando Pessoa)



Há quem diga que tenho duas dentro de mim... Não procede: tenho dez, cem, mil... Todos têm tantos eu's, afinal... Não dá para ser igual o tempo todo, a ocasião determina a atitude, a companhia liberta ou escraviza as camadas mais profundas do verdadeiro ser. Sou o que sinto, o que acredito, o que desejo, o que me faz feliz (e infeliz)... Sou o que quero, com quem quero e quando quero... Quero tantas coisas, quero poder ser mil e não receber nenhum rótulo... Quero ser eu's.


quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Frase do dia. Tema: Trabalho

"O trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício e a necessidade."
(Voltaire)

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Pensamentos Soltos - Parte I

Sim, mudei... Mas a mudança refletida no outro não supõe a mudança invisível aos olhos. O tempo transforma a gente... quando não nos devora, ensina-nos... Hoje estou mais calma, a revolta que havia em mim não traspõe mais os limites da alma, meu corpo já não está mais doente.
Cair pede o levantar-se... Com bons amigos, a vida torna-se mais agradável... A palavra-chave é, novamente, META. As metas mudaram em parte, mas agora são única e exclusivamente minhas! Claro que, ao segui-las, espero contar com a presença de algumas pessoas deveras importantes... Ah, elas sabem que são... ;)

"A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas".
(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 12 de janeiro de 2008

Top 5 Cinema Nacional

Por muito tempo o cinema nacional sofreu à margem das grandes (e não tão grandes) produções de A Grande Indústria ou Hollywood. Foi aí que Central do Brasil, de Walter Salles, foi lançado, em 1998, e causou grande impacto devido à sua qualidade e destaque, inclusive em alguns prêmios internacionais. Mas o boom do cinema nacional deu-se em 2002, com o lançamento de Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, este foi o marco do cinema sangrento nacional, depois dele apareceram alguns outros na mesma linha violenta e que venderam muito devido à suposta identidade nacional (ou de grupos que revelam uma daS realidadeS nacionais) ~> Carandiru, de Hector Babenco, de 2002 também e o último suspiro do cinema violência: Tropa de Elite, de José Padilha, de 2007.
Após essa pequena introdução, vamos ao que interessa ou ao que me interessa mais... Os filmes acima citados não são meus preferidos nacionalmente selecionando. Inclusive, acho lamentável que pouquíssimos filmes nacionais recebam tanto destaque. Muitos filmes bons nem chegam à mídia... ou tu descobres num Festival Cultural ou encontra por acaso em locadoras mais alternativas.
Farei um Top 5 Filmes nacionais que eu vi e recomendo, sem sinopse, afinal, o google também serve para essas coisas. A ordem é aleatória e, como toda lista de melhores, esta é também totalmente arbitrária.

1. O homem do ano, de José Henrique Fonseca (2003)
2. Contra Todos, de Roberto Moreira (2004)
3. Crime Delicado, de Beto Brant (2005)
4. Bicho de 7 cabeças, de Laís Bodanzky (2000)
5. A Máquina, de João Falcão (2005)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Letras-UFRGS... Que tal ?

Todos nós somos preconceituosos. Em menor ou maior escala, não importa se hoje, ontem ou amanhã... no século XXXII a.C ou no século XXI d.C... Norte, Sul, Oriente e Ocidente... Alguns têm preconceitos tolos, banais...outros têm preconceitos que conduzem à prisão... Preconceito de raça, religião, opção sexual, naturalidade, idade (muita ou pouca)...preconceito de loura (e de morena e de ruiva, quer dizer, preconceito contra a mulher de forma geral), preconceito contra solteiros (e casados), preconceito contra os fiéis (e os traidores), preconceito de ter preconceito... Mas quero falar em especial de um preconceito: o preconceito que diz respeito à inteligência de alguém (ou melhor, a falta dela).
Absorvida pela necessidade de adentrar à Universidade, acabei optando pelo curso de Letras, ou curso dos pseudointelectuais como dizem por aí, ainda mais onde eu fui parar: a Letras da UFRGS... Bom, quanto aos pseudos, é uma semi-verdade. Semi-verdade porque não existe uma verdade absoluta, porque esse parecer não diz respeito a todos, mas a uma boa parcela... Docentes e discentes!
Mas, antes de continuar esse papo, direi meu conceito de pseudointelectual:

Pseu.do.in.te.le.ctu.al s.m. Aquele que faz questão de inserir em conversas banais autores como Machado de Assis, Dostoievski, Proust, Cervantes, a tríade Sartre-Simone-Camus, entre outros tantos... Alguém até disse lá na Letras "eu sou o Dr. mais jovem do Brasil". Será ? Deve ser... Mas como diria um professor que admiro muito "ser um gênio da Matemática ou da Física é até fácil de se conseguir aos 28, 30 e poucos anos, mas alguém das ciências humanas...". De fato, é coisa de pseudointelectual ter 30 anos e se achar maravilhoso por causa de um título. O pseudointelectual tem preconceito por quem não leu os autores citados acima, por exemplo... ou tem preconceito por aqueles que não conhecem os filmes da Nouvelle Vague francesa ou por aqueles que não tem em seu rol de músicas favoritas a Nona Sinfonia de Beethoven (que faz parte da trilha sonora de um dos filmes mais apreciados pelos pseudos: A Clockwork Orange - Laranja Mecânica). Bom, pseudo é isso e muito mais, mas com muito menos conteúdo do que eles tentam demonstrar. Alguns até têm seu charme, outros são insuportavelmente irritantes.

Muitos chatos intelectualóides, muitas pessoas legais também... professores inesquecíveis, aulas maravilhosas, algumas que dão sono (mas onde isso não existe?!)... Eu gosto do curso de Letras da UFRGS e, por favor, não nos chamem de pseudointelectuais: eles existem, mas nosso curso não merece tal generalização.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Psicologia, Astrologia e algumas porcarias...

Há uns meses atrás, fui em uma psicóloga... Terrível! Ela era um misto de pseudovidente com macumbeira macrobiótica. O que alguém espera quando entra no consultório de um psicólogo ? Bom, na época, eu queria, sobretudo, poder controlar meus nervos, no entanto, saí daquele consultório mais estressada do que havia entrado. Sentada de frente para a psicóloga, em poltronas um tanto démodés, eu não sabia se ria ou chorava diante do turbilhão de perguntas sobre minha infância, adolescência e primeiros anos da vida “adulta”... tudo isso numa sessão de 50 minutos. Eu respondia. Em alguns momentos eu continha o riso, em outras eu queria escapar dali, foi aí que eu quis testar aquela mulher que estava na minha frente, aí perguntei que linha da Psicologia ela seguia, ela não me deu uma resposta convincente. Imaginei que ela havia comprado o diploma ou feito um curso por correspondência ou que era, simplesmente, uma golpista.
O cheiro de incenso pairava no ar, nas paredes do consultório havia alguns mapas astrais, a decoração do ambiente contava com alguns objetos místicos. Ah, além de tudo, a psicóloga trabalhava com remédios florais... Não sei por que, mas não confio em psicólogos que trabalham com remédios florais, até porque até onde eu sei o tratamento com o uso de remédios não está no escopo da Psicologia. O pior é que o uso de florais está cada vez mais disseminado entre os “psicólogos”. Quando eu estava de saída, ela me abraçou e disse "agora eu sou uma nova amiga tua", eu pensei "a diferença é que meus amigos não cobram para ouvir meus problemas". Nunca mais pus os pés naquele "consultório".


Da história acima pode-se depreender, no mínimo, uma reflexão: Quem são os profissionais que estão atuando no mercado de trabalho ? Seja na Psicologia, na Medicina e outros campos da saúde, tais como Odontologia e Enfermagem... O mesmo questionamento pode ser remetido ao perfil do profissional da educação, da comunicação, etc,etc.
A saúde pública é caótica, que médicos são estes ? Por que eles não são tão ardorosos quanto o são na hora de concorrer a uma vaga no curso de Medicina, através do vestibular ? As clínicas e os hospitais particulares também não são tão primorosos assim...
Na Educação as coisas também vão mal, o professor, que não é mediano e frustrado, acaba passando por utópico.
Profissionais cretinos, aliás, estão presentes em todos os lugares. Fugindo da generalização, pode-se dizer que há sempre uma fruta contaminada (ou algumas) em qualquer setor do trabalho, desde as profissões mais subalternas até os grandes cargos. O que falar do tão picaresco funcionalismo público ? Muitos CC’s (ou cargos de confiança), advindos de um nepotismo desgraçado... Mas não estou generalizando, que fique bem claro, até porque conheço ótimos funcionários públicos... E não confundamos alhos com bugalhos.
A verdade é que o trabalhar, na maioria das vezes, é só meio de subsistência, e sendo assim ainda tem mais valor do que quando significa somente status. Onde estão os profissionais que amam suas profissões ? Onde encontra-se esse pequeno nicho de apaixonados pelo que fazem ? Espalhados aos quatro ventos, eles existem sim, mas, infelizmente, acho que estão em via de extinção.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Tem dias que...................



Tem dias que se sente tudo, sente-se forte, mas tudo é desconexo... nada se pode explicar... Tem dias que o silêncio faz-se necessário, porque nenhuma palavra explicaria nenhum pensamento, nenhum sentimento..............................................................................................................................................................................................................................................................................................................

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Dos "valores" e da "boa" conduta social


"Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade".

(trecho de Lisbon Revisited, poema de Álvaro de Campos)

amizade-amor-escola-trabalho-casamento-filhos-religião-submissão-morte-Deus-inferno-felicidade-responsabilidade-juventude-polidez-hipocrisia-lei-fé-boa aparência-"viver de aparências"-posse-dinheiro-sucesso................

O que é essencial à vida? O que é natural? E o que é imposto? O que, realmente, faz feliz ? O que é a felicidade? Ser semi-deus (ou o mais "correto" possível) segundo os parâmetros tão arraigados pela civilização? Tentar ser fiel ao coração, em detrimento da "razão" ? A razão é fruto do coletivo, a razão é coletiva e, por isso, geralmente a razão torna-se preponderante, porque o social pesa muito mais do que o "de dentro", pelo menos para a maioria das pessoas.
Quantas culturas a viver sobre a Terra, quão distintas umas das outras, algumas totalmente antagônicas... Quem tem a verdade? O que é bom? O que é correto? A tendência é sempre supor corretos os "nossos" valores (de família, de cultura, de religião, de grupo social, de hemisfério, etc...). Montaigne* tem uma frase que considero chave para quase todas as respostas:

Chacun appelle barbarie ce qui n'est pas de son usage (Livre II).

"Cada um considera barbárie aquilo que não é de seu uso".

Discutir o ser marionete da cultura na qual estamos inseridos é bem comum, no entanto, mesmo aqueles que tentam cortar as cordas do seu corpo, buscando a "liberdade" e a possibilidade de não ser marionete, também são, foram ou serão corrompidos algum dia. Será ? Será que não dá pra tentar fugir do cárcere dos valores e da "boa" conduta social ?

"Cada indivíduo sempre teve de lutar para evitar a opressão da tribo. Se você tentar, muitas vezes estará sozinho e, noutras, assustado. Mas não há preço que pague pelo privilégio de ser dono do próprio nariz".

Friedrich Nietzche (1844-1900)

* Montaigne - Escritor francês do século XVI .Criador do termo "ensaio", gênero o qual ele usou para falar de diversas questões, como a educação, por exemplo.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Grande Sertão: Veredas ~> Aforismos Riobaldianos

Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa, é uma obra emocionante, sensível, grandiosa e, sobretudo, humana. A estória relatada, através das memórias um tanto desconexas do velho Riobaldo, que apresenta espaços definidos (Norte de Minas, Bahia e Goiás) e um tipo definido, o jagunço, sobreleva-se ao adquirir caráter universal, na medida em que os maiores conflitos apresentados na obra são de natureza interior. As inquietações riobaldianas tão fortes, tão complexas são proferidas de maneira magnífica através da latente profundidade expressa através de palavras e aforismos. A incompletude do homem que o faz viver numa constante busca por respostas é marca fundamental da obra. Recomendo ardorosamente!

a.fo.ris.mo s.m. máxima ou sentença que exprime pensamento moral; ditado.

"...o mais importante e bonito, do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas estão sempre mudando. Afinam e desafinam". (p. 22)

"Viver é muito perigoso".

"E, alma, o que é ? Alma tem de ser coisa interna supremada, muito mais do que o de dentro..." (p. 25)

"O que induz a gente para as más ações estranhas , é que a gente está pertinho do que é nosso , por direito, e não sabe, não sabe, não sabe!" (p. 100)

"Esta vida é de cabeça-para-baixo, ninguém pode medir suas perdas e colheitas". (p. 145)

"Viver perto das pessoas é sempre dificultoso, na face dos olhos". (p. 176)

"A vida é ingrata no macio de si; mas transtraz a esperança mesmo do meio do fel do desespero. Ao que, este mundo é muito misturado". (p. 221)

"...julgamento é sempre defeituoso, porque a gente julga é o passado". (p.269)

"...tudo que é bonito é absurdo..." (p. 288)

"Para ódio e amor que dói, amanhã não é consolo". (p. 304)

"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende". (p.310)

"A gente sabe mais , de um homem, é o que ele esconde". (p. 337)

"... amor é a gente querendo achar o que é da gente". (p. 361)

"A gente só sabe bem aquilo que não entende". (p. 378)

"Parente não é o escolhido – é o demarcado". (p. 428)

"O amor só mente para dizer maior verdade". (p. 487)

"A vida é um vago variado". (p. 500)

"A vida é muito discordada, tem partes, tem artes, tem as neblinas do Siruiz. Tem as caras todas do Cão, e as vertentes do viver". (p. 504)

"Sossego traz desejos". (p. 524)

"Viver é um descuido prosseguido".

"Sertão é o sozinho. / Sertão: é dentro da gente. / ...sertão é sem lugar".

"Vivendo, se aprende, mas o que se aprende , mais, é só a fazer maiores perguntas".

"...quem ama é sempre muito escravo, mas não obedece nunca de verdade". (p. 552)

OBS: A marcação de páginas diz respeito à edição de 2006 da Editora Nova Fronteira.

sábado, 5 de janeiro de 2008

O livro vai, realmente, morrer algum dia ?

A discussão do anúncio da morte do livro faz-se presente há muito tempo na nossa sociedade. No entanto, as profecias de inúmeros intelectuais ou, nos dias de hoje, defensores da tecnologia exacerbada têm se chocado com alguns fenômenos do tipo best-seller. Desse modo, as profecias anulam-se em medida grandiosa, ou melhor, em medida de tiragens de milhões. O que se pode pensar a despeito desse tipo de fenômeno? O autor não quer se informatizar ? Ele se colide com a novidade ? Não creio. Acredito, no entanto, que o valor, o peso e o cheiro, sim, o cheiro do livro restam firmes e fortes, na sociedade onde tudo se informatiza, desde o texto escrito até a música, passando pelo filme e pela fotografia.
Como assinalou Ferreira Gullar*, em ordem cronológica, a morte do livro foi anunciada em diversos pontos da História, com o advento de certas tecnologias – com a invenção do gramofone, por exemplo, Apollinaire** apostou no abandono ao papel, pelo poeta, em detrimento ao disco. Não se confirmou. Mais tarde, a ocasião deu palavra à profecia de Philip Roth***, que ao observar o fenômeno da televisão, apontou uma suposta morte do livro, devido à falta de leitores. Hoje em dia, as novas tecnologias da informação suscitam inúmeros debates em relação à morte (ou não) do livro. A digitalização do livro, as bibliotecas virtuais e o grande conteúdo literário disponível para download são alguns dos motivos do abrasamento de tais discussões.
Embora a tecnologia pareça ameaçar, em boa medida, o livro, este vem mantendo a sua importância e presença irrefutável. Inclusive, cada vez mais, há o estímulo pela leitura do livro clássico. Cada vez mais, surgem eventos dedicados à Literatura e informação, em contemplação aos instrumentos de papel impresso: livros, revistas, etc.
O livro não morre, não importa a tecnologia que apareça, muito antes pelo contrário, em pleno século XXI tem-se uma grande procura pelo livro, como aponta o caso do fenômeno antes citado, o best-seller.

[Extrato de um ensaio meu produzido para a disciplina de Estudo do Texto. Julho/2007]



* Ferreira Gullar trata do assunto num artigo intitulado A Morte do Livro:

GULLAR, Ferreira. A Morte do Livro. Folha de São Paulo, Ilustrada. 19 de março de 2006

** Apollinaire - Poeta francês (1880-1918)
*** Philip Roth - escritor norte-americano

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

All Shook up




Em Arte, vale à pena pegar a máquina do tempo e verificar o que aconteceu em décadas passadas, séculos passados (dependendo da Arte), até para compreender a Arte contemporânea, analisar a transformação, a "evolução" - uso aspas porque considero o conceito de evolução muito relativo, principalmente em Arte.

Bom, este vídeo data do final da década de 50, quem não ouviu falar de Elvis Presley, o rei do rock ?! Vale à pena pesquisar: o ritmo é totalmente envolvente e ele mexeu demais com a emoção e a opinião pública na época em que despontara, visto que ele começou a fazer um som que era tipicamente feito por negros e isso provocou um exaltado constrangimento à opinião mais conservadora, num Estados Unidos altamente segregador em relação à raça negra, EUA da KKK, do negro à pé no transporte coletivo, etc, etc...

"Elvis não morreu", tampouco sua música deve deixar de ser ouvida.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Cotas: à favor ou contra ? O que importa é que haja bom-senso.

Inscrição no CV (Centro de Vivência), na UFRGS (foto por Gabriela, por isso um tanto descentralizada)

Até hoje pergunto-me quem poderia ter feito tal inscrição. Uma ironia ? Um protesto ? Uma brincadeira de mau-gosto ? O que significa isso ?

Após muitos debates fervorosos, houve a decisão à favor das cotas raciais e para alunos oriundos da rede pública de ensino. Isso todo mundo já sabe, todo mundo debate à torto e à direito essa questão, mas quem, de fato, discute esse tema com propriedade ? Qual é a informação que os adeptos às cotas e os não-adeptos têm realmente ?
Quando a possibilidade de ingresso à Universidade através de cotas surgiu, muitas pessoas revoltaram-se violentamente, inclusive eu. Hoje em dia penso diferente e vejo a decisão pelas cotas com um olhar mais ameno. Ora, é lamentável que o governo assuma ações "populistas" e use a educação para fazer marketing, deixando a qualidade do ensino à margem dos belos números que crescem para o deleite da ONU. Analfabestismo em fase de extinção, ingresso cada vez mais elevado no ensino fundamental e médio, mas e a qualidade ? Será que a proporção qualitativa cresce na mesma proporção quantitativa ? A educação pública de base, no Brasil, chega a ser uma piada, principalmente nas regiões de grande exclusão social.
OK! O governo não está, realmente, preocupado em reformar a educação, afinal, isso leva muito tempo e é mais fácil, obviamente, usar paliativos como o PROUNI e o sistema de cotas nas universidades federais, como meio de tapar o buraco que está lá na base. No entanto, é preciso que se analise o outro lado da moeda.
Todo o cidadão, seja ele da classe que for, paga imposto bem alto na alimentação básica, por exemplo. Todo aquele cidadão que contribui para /com o país tem o direito de usufruir do patrimônio público, assim como a universidade. Então, as pessoas que vêm de um ensino básico deficitário devem contentar-se com empregos subalternos e com a impossibilidade de cursar uma graduação, por exemplo ?
Quem nos dera houvesse um governo que se preocupasse em plantar boas sementes para que os frutos fossem belos e produtivos, mas para quê ? Um mandato dura 4 anos, no máximo 8. Portanto, é interessante pensar que pessoas que jamais ousariam fazer um vestibular, hoje estão inscritas e, quem sabe, esperançosas em adentrar ao universo acadêmico, território que antes só poderia ser uma realidade das classes média e alta.
As correntes pró-cotas e contra-cotas já discutiram muito, muito ainda vai (e deve) ser discutido, mas enquanto as cotas são realidade, é importante que a sociedade e principalmente a comunidade acadêmica não tenha postura segregadora em relação aos cotistas, afinal, se eles estão nessa situação de exceção é porque o sistema caminhou para tal realidade. Bom-senso é imprescindível.
O vestibular aproxima-se... Boa sorte a todos (cotistas e não-cotistas), afinal, a universidade DEVERIA ser de todos.