quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O Retorno

Inicia, finalmente, o ano.
Mentes agitadas, como a minha, não apreciam (ou apreciam pouco) os prazeres corriqueiros das férias. Viajar, sair, descansar: lances interessantes, mas será que três meses não é tempo demais para isso? É aí que surge aquele do qual desvio incessantemente: o tédio. Canso de descansar, a alma está vulnerável e o corpo rejeita distrações externas devido à indolência do espírito. O tédio leva à depressão ou é uma consequência dela ? Hmm, não falemos em “depressão”! Tal mal vem sendo usado para justificar os problemas mais distintos, nos múltiplos segmentos da sociedade pós-moderna blá blá blá. Só que isso não importa agora, porque eis que acontecerá O Retorno.
O Retorno compreende horas e horas de stress diário, reuniões marcadas, compromissos “inadiáveis”, pessoas em ritmos diferentes que insistem em colidir e rumar a lugar algum. O Retorno abrange também pessoas a se conhecer no ambiente de sempre, outras a se encontrar e conversar ou simplesmente apreciar, em silêncio, o prazer da companhia daquele que não se vê há tempos. O Retorno diz “até logo” ao verão e começa a sentir o vento frio do outono (como é bom sentir frio!)... Apesar de todos os pesares, eu espero ansiosa e feliz O Retorno, porque prefiro mil vezes o stress que produz ao tédio que dilacera as pessoas mais brilhantes.