terça-feira, 30 de setembro de 2008

Top 10 Setembro

Esse mês eu divido meu Top10 em dois Top's 5 :

Top 5 Español

1. Chan Chan, de Buena Vista Social Club;
2. La Soledad, de Bersuit Vergabarat;
3. Calle luna, calle sol salsa, de Buena Vista Social Club;
4. La Vida, de Los Fabulosos Cadillacs y Mano Negra;
5. Sencillamente, de Bersuit Vergarabat.

Top 5 Français

1. Elle est là, de Vive la Fête ;
2. Je ne t'aime plus, de Mano Chau ;
3. Juste toi et moi, de Indochine ;
4. Tout sera bien, de Vive la Fête ;
5. Ça me vexe, de Mademoiselle K.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

“Favela Funk Party”

Na minha última ida a Buenos Aires, tive a oportunidade de conhecer uma pessoa vraiment géniale : Romain. Como eu, ele é grande apreciador da capital argentina e considero incrível que pessoas de realidades tão distintas sintam emoções tão análogas : Buenos Aires é o lugar onde tu saboreias a força do "ser", do “estar”, do “sentir”; cidade para refletir e para tomar decisões.
MAS agora é necessário que eu entre na parte não-elevada desta conversa. Os belos dias em Buenos Aires acabaram, voltei a Porto Alegre, Romain seguiu até o Rio de Janeiro, cidade na qual ele concluirá seu percurso antes de retornar à França. Ele chegou ao Rio de Janeiro e obviamente deparou-se com os clichês-para-turista-ver-e-ouvir. Copacabana, Ipanema, Cristo Redentor, Pão-de-açúcar... Ok, isso é algo que se espera, ainda que se considere uma visão bastante limitada, tendo em vista que o Rio de Janeiro possui tantas riquezas histórico-culturais, na literatura e música, por exemplo.
Romain in Rio, tudo relativamente bem, até que ele diz que o hostel, no qual ele está hospedado, está promovendo a “Favela Funk Party”. Os butiás que estavam nos meus bolsos despencaram sobre o chão. É esta a cultura que o "Brasil" quer mostrar ao estrangeiro ? Sim. Considero ainda mais grave que boa parte destes estrangeiros que cruzam as fronteiras do país tropical -abençoado por Deus - e - bonito por natureza o fazem justamente para ver “isso”.
Oh Brasil, da Floresta Amazônica, das mil belezas naturais, das soberbas praias do nordeste, das culturas diversas e tão ricas que vão do Sul ao Norte... Toca-me de forma extremamente negativa a idéia de que o Brasil é, sobretudo, “vendido e comprado” com o motivo da tríade sagrada futebol-carnaval-caipirinha... Agora também o tal baile funk (“produto” do tipo aparente-efemeridade-que-dura-mais-do-que-o-bom-senso-pode-permitir).

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Dá-me Deus muitos maus-exemplos

Essa história de buscar bons-exemplos é um tanto estranha: refleti sobre o assunto. Afinal, o que são bons-exemplos ? Se o bom-exemplo é aquele cara robótico que não sai do seu quadrado (porque tem medo de qualquer pensamento transgressor e libertário), então eu prefiro me fiar nos maus-exemplos. Para segui-los ? Não.
Tenho alguns maus-exemplos e eles servem como referência direta do que NÃO devo fazer durante a vida – principalmente porque ela é relativamente curta.
Não julgo os maus-exemplos, muito antes pelo contrário: agradeço-os por servirem de meta (de como não pensar, de como não sentir, de como não agir). Viva os maus-exemplos! E que em algum momento (ou vários) eu possa ser mau-exemplo para alguém e, assim, agregar este conhecimento às avessas.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Sem medo, mas com escrúpulos.

Tenho a estranha tendência a superficializar os sentimentos, quando algo grave acontece na minha vida. É a forma (in)consciente de sublimar o problema (note que falo em “sublimar” no sentido físico e não metafísico), isto é, transformar o problema concreto em resquícios que se perdem ao vento. Tentativas que até funcionam, mas são infelizes (paradoxo)... É como se quisesse suprimir o ERRO – que é essencialmente uma forma de autoconhecimento – a fim de suprimir a angústia que vem no formato de conseqüência. Na verdade, não há como suprimir um erro, é possível apenas ignorá-lo ou buscar subterfúgios para esquecê-lo.
A queda leva à vontade de retomar a inocência perdida. Bobagem. A busca de algo, que uma vez perdido não tem volta, acaba por levar o indivíduo a negar a si mesmo.
Neguei a mim mesma quando deixei de lado filmes, livros, músicas, emoções, sensações, sentimentos e tudo aquilo que me fazia vibrar e sentir a profundidade dos meus ímpetos. Tu negas aquilo que faz com que sintas a intensidade contida em ti para tornar banais os sentimentos. Sentimentos banais não possuem poder destrutivo, tampouco pessoas banais são capazes de usufruir a beleza que existe na dor que vale à pena ser sentida. Aí tu dizes:
- Melhor é não sentir dor.
Respondo-te:
- Se tu não és capaz de sentir a dor legítima, atingirás, no máximo, uma alegria vulgar, porque sem o ponto não há contraponto.

Estou preparada para assumir novamente tudo aquilo que me faz sentir viva: sem medo, mas com escrúpulos.