Na minha última ida a Buenos Aires, tive a oportunidade de conhecer uma pessoa vraiment géniale : Romain. Como eu, ele é grande apreciador da capital argentina e considero incrível que pessoas de realidades tão distintas sintam emoções tão análogas : Buenos Aires é o lugar onde tu saboreias a força do "ser", do “estar”, do “sentir”; cidade para refletir e para tomar decisões.
MAS agora é necessário que eu entre na parte não-elevada desta conversa. Os belos dias em Buenos Aires acabaram, voltei a Porto Alegre, Romain seguiu até o Rio de Janeiro, cidade na qual ele concluirá seu percurso antes de retornar à França. Ele chegou ao Rio de Janeiro e obviamente deparou-se com os clichês-para-turista-ver-e-ouvir. Copacabana, Ipanema, Cristo Redentor, Pão-de-açúcar... Ok, isso é algo que se espera, ainda que se considere uma visão bastante limitada, tendo em vista que o Rio de Janeiro possui tantas riquezas histórico-culturais, na literatura e música, por exemplo.
Romain in Rio, tudo relativamente bem, até que ele diz que o hostel, no qual ele está hospedado, está promovendo a “Favela Funk Party”. Os butiás que estavam nos meus bolsos despencaram sobre o chão. É esta a cultura que o "Brasil" quer mostrar ao estrangeiro ? Sim. Considero ainda mais grave que boa parte destes estrangeiros que cruzam as fronteiras do país tropical -abençoado por Deus - e - bonito por natureza o fazem justamente para ver “isso”.
Oh Brasil, da Floresta Amazônica, das mil belezas naturais, das soberbas praias do nordeste, das culturas diversas e tão ricas que vão do Sul ao Norte... Toca-me de forma extremamente negativa a idéia de que o Brasil é, sobretudo, “vendido e comprado” com o motivo da tríade sagrada futebol-carnaval-caipirinha... Agora também o tal baile funk (“produto” do tipo aparente-efemeridade-que-dura-mais-do-que-o-bom-senso-pode-permitir).