O medo de envelhecer é ponto crucial em se tratando de suas escolhas tortuosas. Ela precisa sentir-se viva e, para isso, busca paixão em braços da juventude. Ela quer a juventude alegórica: destemida, cáustica, entusiasta, intensa. Ela quer o direito de (re)começar. No entanto, não se recomeça uma vida, a solução é continuar. Não há como se evadir do tempo: o que foi, o que é e o que será. Imatura malgrado os anos vividos, não aprendeu que com sentimentos não se brinca. Não aprendeu o imprescindível: o ardor não habita o corpo, mas a essência. Ela nunca vai, de fato, incendiar-se, embora saiba incinerar sonhos. As cinzas estão espalhadas... Ou melhor, as cinzas estão ocultas sob um soberbo tapete ou um cofre dentro do armário. Armário? Ela nunca sairá do seu.
Lilis...
Há 12 anos