sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O fazer sentido e o querer

“Não quero lhe falar, meu grande amor, das coisas que aprendi nos discos”.

Quero sim. E quero falar também o que aprendi nos livros, nos filmes, nas estações, na solidão... Sem academicismo, didatização, teorização; somente a fruição... Prazer pelo prazer e todas as emoções ali contidas: emaranhadas, indefinidas, em suspensão. Sempre fica algo em suspensão, algo que permanece em repouso, em uma gaveta oculta, para ser refletido/sentido um dia, um ano, uma década depois, pois o sentido das coisas é (des)construído paulatinamente.
Anos a fio sem ter uma explicação plausível ou quista, mas o fazer sentido não depende da vontade mais subjetiva e o querer é (ou pode ser) vasto, vago e, às vezes, vazio. Vazio, aliás, combina com os quereres mais curiosos, estrangeiros, incoerentes, seja porque assim querem ser interpretados, seja porque, de fato, assim os são.
Voltas e voltas sem chegar a lugar algum, mas não se esmorece com isso. No fim e no fundo, todos sabem exatamente o que se passa lá dentro, mesmo que mintam para si mesmos ou para os outros.

Um comentário:

  1. E como conter o ímpeto de falar quando acaba-se de se secar de um mergulho profundo em novas culturas, novos conhecimentos, novas palavras, novos medos e anseios?

    Eu não consigo.

    É quase uma relação inerente. E talvez por isso eu tenha amigos de bons ouvidos e de bons mergulhos, pois é da troca desses dizeres que saem as melhores idéias.

    E justamente por isso, estou favoritando seu blog.

    Beijos Gabi.

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